segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Sítio Arqueológico de São João Batista





A árvore da erva mate - Ilex paraguaiensis. Chamada de "caá" (erva) pelos guarani, era empregada para prevenir doenças e fadiga. Na guerra e em marchas forçadas, tomavam a infusão de suas folhas para se manterem fortes.




            O sítio arqueológico de São João Batista foi declarado patrimônio nacional em 1970. Abriga parte dos remanescentes da antiga redução jesuítica dos Guarani  fundada em 1697, pelo padre jesuíta Antônio Sepp. A população inicial era proveniente da redução de São Miguel Arcanjo, e possuía mais de 4.500 habitantes por volta de 1730.
            Ao escolher o local, o padre Sepp, em conjunto com caciques guaranis, procurou contar com arroios nas proximidades, caça em abundância e, principalmente, terra de boa qualidade para agricultura e pecuária. Definida a localização, não muito distante das margens do rio Ijuí, derrubaram o mato existente para começar a cultivar milho, trigo e algodão. Começaram também as obras da igreja, das casas dos índios e das demais edificações que compõem o conjunto arquitetônico missioneiro. Somente um ano depois vieram as mulheres e as crianças, totalizando 150 famílias.






            Como nas demais reduções, a praça central era circundada pelas moradias dos indígenas e dos padres, pelas oficinas, cemitério, colégio, cotiguaçú, cabildo, quinta, adega e igreja. Em São João Batista, a igreja começou a ser construída em 1708, e segundo o padre Sepp, era ornamentada com pinturas nas paredes e possuía grande variedade de imagens sacras em madeira.





            Antônio Sepp era um intelectual multitalentoso, revelando-se hábil arquiteto, escultor, urbanista e pintor, e conduzindo com maestria a fabricação, pelos indígenas reunidos nas reduções, de inúmeros instrumentos musicais, arte muito apreciada pelos guarani. Sepp também foi um geólogo e minerador, extraindo o primeiro ferro das Missões (extraído da pedra “itacurú”, abundante na região. ), fundindo com ele instrumentos variados e até os sinos da igreja do seu Povo. Sua obra-prima foi o relógio instalado no campanário da igreja que, ao dar as horas, fazia desfilar pelo mostrador os 12 Apóstolos.



 


             Após a Guerra Guaranítica e a expulsão dos jesuítas, o local permaneceu ocupado até meados do século 19 por poucas famílias indígenas.


            Atualmente o sítio abriga restos da estrutura do cemitério, da igreja e do colégio, além de estruturas complementares como olarias, barragem e estradas. Em todo o sítio podem ser observadas peças esculpidas em pedras grês. Placas interpretativas contam a história a partir dos relatos feitos, na época, em cartas escritas pelos padres.


Confira o vídeo!



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2 comentários:

  1. Estive neste sítio em janeiro de 2006, percorrendo o Caminho das Missões com minha bike...suas alegrias, tristezas, sensações diversas, contadas neste blog me fizeram reviver a melhor pedalada de minha vida.

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  2. Valeu Gilberto, realmente é uma experiencia unica e inesquecível!

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